quarta-feira, 31 de outubro de 2012

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Você pode dizer que sim, e quando falamos de amor, muitas coisas vão além da nossa compreensão. Casais desproporcionais tanto fisicamente quanto emocionalmente, estão ai para provar que os opostos se atraem e que o amor pode mesmo ser muito cego, ou burro ou sem lógica alguma. A pergunta é: até que ponto usamos esta desculpa para nos afundarmos em relacionamentos desastrosos? Digo isso por que é muito comum após o fim do namoro, pararmos um tempo para analisarmos em como a coisa toda se deu. Mais comum ainda é nos prostramos como vítimas repetindo o mantra: “Ele não era assim no começo, como pode uma pessoa mudar tanto?” Eu sei que no começo do namoro é tudo muito bom, tudo muito lindo, como diria Caetano e, ainda estamos jogando o jogo do “eu vou tentar impressionar você” e por algum tempo deixamos nossos comportamentos mais duvidosos debaixo do tapete. Só que é impossível fingir o tempo todo, vez ou outra algo sempre vem à tona e são nas pequenas atitudes que se encontram grandes surpresas. É clichê, mas é a pura verdade!
Como por exemplo, um dos mais comuns se quer saber, seu ex fala muito mal da ex namorada e você se sente nas nuvens achando que ela já é passado e finge não se dar conta de que ela se faz tão presente na relação quanto você. Só percebe quando ele resolve terminar com você e voltar para os braços dá, até então, megera. Daí você vai desperdiçar meses, lágrimas e ombros amigos tentando entender como pode alguém ser tão dissimulado a ponto de odiar com unhas e dentes a ex e voltar com ela. Mas o ódio foi ele que pintou. Pintou todos os dias com cores gritantes e você foi a única que não viu, aliás, não quis ver. Por que quando a gente superou alguém, ela deixa de ser assunto. Nem ódio, nem amor são exaltados. 
O mesmo vale para aquele cara que é um amor com você, mas trata mal a família, o garçom e o cara na fila do cinema. Hora ou outra ele vai te tratar do mesmo jeito e você vai acabar pensando: “Mas eu não entendo, ele era tão fofo!”. A fofura dele era proporcional a sua cegueira.
Então volto a questão: o amor é mesmo cego ou nós é que carregamos vendas em caso de urgência? Se você já sabe a resposta para esta pergunta, o mínimo que pode fazer é encarar o próximo término -não que eu esteja desejando o fim do seu namoro- com pouco mais de maturidade. Assim, quando estiver próxima de uma cegueira momentânea, você pode fazer uso das suas lentes de contato!

"Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não aguenta o fato de estar sozinho" - Caio Fernando Abreu

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